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Diário da Pandemia – 11º dia de confinamento:

Março 29, 2020

Solidão, desesperança, um pouco de amargura... Diferentes sentimentos se misturaram no “longo” dia de hoje.

Assistir à TV ou navegar na net se tornam cada vez mais chatos. A falta de utilidade corrói o pensamento – chego a essa conclusão. Então, a solução parece ser “se ocupar” – mas no quê?

Minha morada é simples, também num pequeno edifício. Meus vizinhos, pelo que observei, tem se ocupado de alguma forma. Alguns ficam na sacada, olhando para um horizonte distante. O que pensarão nesse momento? Estarão tão angustiados quanto eu?
 
O dito “isolamento social”, para mim (talvez muitos compartilhem com isso), é um “pagamento de pena” brando. Tipo, cometi um pequeno delito e, por isso, estou em prisão domiciliar. Não quero aqui fazer julgamento de quem está preso numa penitenciária e por qual motivo, mas se tenho meus perrengues aqui, imagina eles por lá...
 
Decidi, enquanto escrevo estas mal traçadas linhas (putz, ficou horrível!), deixar a melancolia de lado. Afinal, hoje também teve seu momento nostalgia.
 
Explico melhor: na minha conversa diária de três décadas com a mãe, ela recordou alguns acontecimentos divertidos da minha juventude – confesso que de muitos não lembrava mais.
 
Entre eles, o dia em que comprei meu primeiro carro (um Chevette velho) e, todo orgulhoso, convidei-a para um passeio. Diz ela que, naquela oportunidade, passou muito medo, porque não confiava em minha perícia ao volante. “Parecia que você dirigia de um jeito que íamos a qualquer momento bater!” – confidenciou. Muitas risadas!
 
Fora isso, de “relevante”, precisei monitorar a enxaqueca que me persegue há muito tempo. Quase ia esquecendo: ao sentar pra escrever este texto, uma ex-namoradinha da juventude (quanto tempo já faz...), mandou mensagem no celular. Queria saber como o “bom burguês” (apelido que não gosto muito, mas que até me diverte) estava atravessando estes “dias sombrios” (essa frase vou patentear!).
 
Então, contei o dia melancólico e, dela, ouvi mensagens de motivação e esperança de um futuro melhor. Quanto a isso, definitivamente sou um otimista “pessimistimado” (essa palavra não existe, é claro) – penso que o copo de água às vezes está meio cheio, mas geralmente está mais vazio.
 
Foi bom conversar com ela; não recordando o passado, mas projetando o futuro. “Sem esperança, o que nos restará???”, bem recordou minha amiga.
 
Esta esperança, então, precisa estar conosco independente de pandemia ou não. Precisa ser uma constante, junto com a tolerância (não é doutora Vanessa?) e o amor ao próximo. Precisamos urgente de cura do vírus, mas, talvez em alguns momentos mais ainda, de cura do desamor, falta de compreensão e de sentido de humanidade.
 
Pra finalizar, vou exercitar algo que aprendi com minha colega Elisângela: sugerir uma boa leitura para esses dias. Vamos lá: “1984” (George Orwell), que trata da dominação de um povo a partir da regulação de todos os seus direitos e deveres. É possível “baixar” pela net, em formato PDF. Boa noite a todos!
 

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