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Diário da Pandemia – 14º dia de confinamento:

Abril 01, 2020

Hoje, amanheci muito nostálgico. Isso porque, há exatamente um mês, eu e minha filha estávamos passeando num lugar agora “perigosíssimo”.  Oshopping em Chapecó. Na ocasião, divertimo-nos muito, almoçando, caminhando bastante, assistindo a um bom filme (“O chamado da floresta” – aventura envolvendo um cão muito simpático) e, por fim, lanchando (McLanche Feliz, o preferido da Marina). Pensávamos nós que, brevemente, iríamos repetir a “dose”, o que a pandemia está por ora impedindo.

Para quem não conhece minha filha, “puxou” a quase tudo a mim, inclusive a famigerada “preguiça”. Como ela reside com a mãe, e estamos confinados cada um em sua casa, nossos “encontros” resumem-se a conversas em vídeo pelo WhatsApp. Brincadeiras à parte: ela sempre foi muito inteligente e espontânea. Confidenciou, então, que a preguiça de estudar motiva-se pela reclusão involuntária. Acredito em você, filha!

 
Além da nostalgia, fiquei “matutando” sobre a importância das pessoas em nossa vida, principalmente nos momentos mais simplórios do cotidiano. Isso me levou a arrolar as pessoas das quais dependo (e acredito que sempre dependerei, em maior ou menor grau) para “viver” (parece muito forte o termo, mas logo todos entenderão).
 
Vamos lá: academia, barbeiro, dentista, faxineira, lanchonete, lavanderia, médico, mercado, oficina mecânica, padaria, posto de combustíveis, restaurante, sapateiro... (a relação está em ordem alfabética porque não é possível dizer quem é mais importante que quem). A lista possivelmente é maior, mas não recordo agora de todos. O que quero refletir aqui é a necessidade “vital” da existência deles. Afinal, é até possível que um ou outro possa ser “dispensado”, mas, e se nenhum deles existisse? Claro que, do outro lado da moeda, também sou essencial para a existência deles, como bom cliente que creio ser.
 
Essa reflexão pode levar a muitas outras, principalmente considerando que, pelo menos nos últimos tempos, tenho procurado ser o mais autônomo possível. Alargando esse pensamento, de quantas pessoas/empresas uma família de quatro membros depende? Viveria sem a existência e o serviço prestado por eles? Talvez sim, talvez não. Na dúvida, a partir do momento em que fomos “domesticados” (ou seja, acostumados a viver nas urbes, com toda a comodidade possível), cada vez estamos mais distantes de sermos “uma ilha que não precisa de mais ninguém para viver”.
 
Para finalizar, resolvi “escapar” um pouco do confinamento. Caminhando pela rua (há algumas quadras de casa), vi várias pessoas com máscaras, cenário diferente do que se via aqui nos primeiros dias da crise.
 
Boa noite a todos!

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