Textos para diversão e reflexão! Blog em que você vai acompanhar a minha rotina desde o início da quarentena da pandemia do Coronavírus (Covid 19).
Diário da Pandemia – 349º dia de confinamento:
A terça-feira foi de dois momentos distintos. Pela manhã, atividades remotas da escola, seguidas por reunião, para definir como iremos trabalhar durante março, já que o Governo Estadual suspendeu as aulas neste mês. À tarde, um bom chimarrão, logo cedo, para não perder o costume; e, ao final do dia, nova sessão de fisioterapia. Garoou levemente em Xanxerê, hoje. Para amanhã, esperança de uma boa e mais do que necessária chuva!
Quando mais jovem e na época em que labutava em veículo de comunicação impresso, sempre havia uma seção do jornal que mais me atraía: era a dos “obituários” – nosso tema desta terça-feira.
Até há pouco tempo – talvez uns quatro anos, no máximo –, os principais jornais impressos do Brasil traziam uma pequena seção (geralmente próximo do final da edição) contendo os chamados obituários: textos curtos (de um ou dois parágrafos) que homenageavam os recém-mortos. Assim, traziam, por exemplo, data de nascimento do sujeito e suas principais realizações quando vivo.
Por que eu era atraído pelos obituários? Para conhecer mais sobre a vida das pessoas, ilustres ou não, que haviam partido desta para uma melhor. Enfim, uma curiosidade natural, não mórbida. Além disso, os textos eram muito bem escritos, trazendo uma pequena biografia do falecido.
Claro que, por ser pago, o obituário geralmente era “frequentado” por pessoas de posse – era difícil, assim, haver um texto falando da vida de um “Zé ninguém”. Por outro lado, quantos obituários não eram mentirosos? Afirmando façanhas que o sujeito nunca, na realidade, realizou?
Por ocasião do falecimento de meu pai, no distante 1996 (este ano, completando 25 anos já!), fui encarregado pela família de fazer o obituário dele. Pensa daqui, escreve de lá, fiz um texto legal – digamos assim, em virtude do momento –, com umas três páginas de extensão. Mas fiquei muito triste quando, no velório, passaram o texto para um outro sujeito ler, e o “infeliz” abreviou tudo, inferiorizando demais a bela história de vida do pai!
Houve um tempo, inclusive, que queria ter trabalhado num grande jornal, bem na seção de obituários. Mas isso nunca aconteceu...
Boa noite!