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Erros de Português (artigo de opinião)

Março 21, 2021

“Omo mutação”. “Borasaria de caro peqeno”. “Na compra de um coxão ganhe um trabicero de brinde”. Essas pérolas são apenas alguns exemplos de erros de português, ou melhor, de desvios gramaticais com que, cotidianamente, nos deparamos. A propósito, não falemos de erros de português, pois a culpa não é do pobre português! Brincadeiras à parte, esse cenário é retrato de fatores inter-relacionados, os quais evidenciam, de um modo triste, as fragilidades da educação linguística em contexto nacional.

Em primeiro lugar, é válido pontuar que o precário domínio gramatical por parte de muitos brasileiros é reflexo, obviamente, da baixa escolaridade da sociedade civil. Sabemos que ainda são elevados os índices de abandono escolar, e, sem acesso ao direito de escolarização, não é nada fácil dominar convenções ortográficas. Por outro lado, sabe-se que, apesar de todos os esforços institucionais, ainda é tímida a taxa de alfabetização e de letramento pleno. Se pararmos para analisar alguns textos e comentários em redes sociais, sobretudo de pessoas escolarizadas, notaremos a gravidade (assustadora!) da situação e concluiremos que não se trata de exagero de um jovem professor de Língua Portuguesa.

Em segundo lugar, já que me sinto incomodado, tenho de citar outro fator que, apesar de não ser em grande escala, contribui para tal cenário. Trata-se do “ensino malabarístico”. Uso essa expressão para caracterizar o ensinamento baseado em artifícios que até levam o aluno ao gabarito de uma questão, mas sem que ele compreenda, de fato, o conteúdo. Posso exemplificar. “Se vou a e volto da, crase há. Se vou a e volto de, crase para quê?” Com base nesse macete, o aluno acerta que é necessário um acento grave na frase “Irei à França.” No entanto, ele se forma sem saber, não raras vezes, que crase é a sobreposição entre a preposição “a” e o artigo “a”, ou, pior, chama o acento grave de crase.

Diante dessas análizes, fica evidente que deve haver muito mais investimento na área educacional. Também já é passada a hora de (re)trabalhar conteúdos que, efetivamente, ajudarão o aluno a melhorar sua competência linguística. Esse trabalho exigirá uma sólida formação (continuada) de nós, professores. Ah, a propósito, o substantivo “análizes”, grafado desse jeito mesmo ali no começo deste parágrafo, é escrito com “s”, sim, em vez de “z”! Percebeu isso, não percebeu? Espero que não tenha desapontado seus professores de Língua Portuguesa!

* texto de autoria de Ademir Paulo Giraldello, professor na rede particular de ensino e mestre em Estudos Linguísticos que reside em Xanxerê (SC)

Comentários  

+1 #2 Morgane 23-03-2021 00:53
Obrigada Prof. Ademir pela partilha do texto.
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+1 #1 Elis Regina 21-03-2021 18:12
Muito bom seu texto. A propósito havia percebido na hora a sua escrita arbitrária ao padrão. Crase é sempre um pequeno problema quando não se acentua nem mesmo palavras muito necessária como a diferenciação de e e do é. Abraços
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