Textos para diversão e reflexão! Blog em que você vai acompanhar a minha rotina desde o início da quarentena da pandemia do Coronavírus (Covid 19).
Diário da Pandemia – 92º dia de confinamento:
Junho 18, 2020
As horas passaram muito tranquilas hoje. Diferente de ontem, pois, como contei no Diário, foram de muitas atividades. Então, a quinta foi mais calma, em que só fiz o que é usual do dia, sem compromissos mais sérios. Ah, mas estou um pouco decepcionado com meus leitores: ontem, diminuiu consideravelmente as curtidas no Diário... O que estará acontecendo?
Gostam de caminhar? Antes de meu problema no quadril, eu era fã, e muito, de correr. Caminhar, para mim, sempre foi mais uma consequência de ser bípede. Na verdade, nem gosto, nem desgosto dessa atividade rotineira.
Mas, quando era jovem, resolvi encarar um bom desafio: caminhar mais de 120 quilômetros, distância entre Chapecó (onde morava na época) e São Miguel do Oeste. Não lembro direito por que realizar tal façanha, mas, com certeza, nada tinha a ver com pagamento de promessa.
Assim, numa bela manhã ensolarada de julho, saí de Chapecó, calçando um tênis, bermuda e camiseta, e uma mochila às costas (com uma garrafinha de água nela para hidratação). Pretendia, num prazo de dois dias, no máximo, chegar ao destino, caso tudo corresse bem.
Durante o percurso, admirava a paisagem, que é bem diferente de quando você faz o percurso com um veículo automotor. Ia pensando na vida e nos seus desafios. Quem passava por mim de carro provavelmente achava que eu era um louco qualquer.
Tudo ia bem até eu chegar em Nova Erechim, 44 quilômetros e nove horas depois de iniciada a aventura. Naquele município, a canseira e os pés despreparados (surgiram bolhas neles) pediram trégua. Resultado: suspendi a aventura, hospedei-me num hotel e, no dia seguinte, peguei um ônibus para completar o trajeto.
Daquela aventura, trago boas recordações até hoje. Agora, não teria mais coragem nem disposição para tal feito, mesmo porque a resistência não é mais a mesma. Pretendo sim, tão logo a pandemia passe, fazer uma incursão semelhante ao Santuário de Aparecida. Alguém se habilita a me acompanhar?
Nova sugestão literária: “Fogo morto” (José Lins do Rego). Como um documento sociológico, a obra retrata o Nordeste e a oligarquia composta pelos senhores de engenho, ameaçada com a chegada do capital proveniente da industrialização.
Boa noite a todos!