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Diário da Pandemia – 105º dia de confinamento:

Julho 01, 2020
Nunca pensei que sem Internet poderia perder a sanidade. Então, sem Internet desde ontem à tarde (em virtude do ciclone que passou pela região), estou “à beira da loucura”. Na verdade, hoje em dia, a Internet é fundamental para muitas coisas, principalmente para mim, professor, que dependo dela para postar as atividades para meus alunos. Além disso, fiquei sem TV (já que ela funciona também à base da Internet) e praticamente sem contato com o “mundo exterior”...
 
Por sugestão de minha amiga Amarilis, hoje quero tratar do tema “procrastinação”. Para quem nunca ouvir falar essa palavra, ela significa, basicamente, adiar, deixar para depois, o que precisa ser feito agora.
 
E eu, infelizmente, sou um procrastinador por natureza. Sempre, desde que me conheço por gente, adio tudo para depois, quando não para dias depois. Isso acaba causando problemas, pois, no caso da escola, vem a cobrança, e, no caso da vida pessoal, o amanhã pode ser “tarde demais”.
 
Na realidade, conheço poucos procrastinadores. Acho que, nós, temos vergonha de nossa condição e fazemos tudo para escondê-la. Porém, “lá no fundo”, sentimo-nos mal por isso; afinal, o tempo todo, o mundo nos cobra para sermos proativos, realizarmos as coisas com celeridade, rapidez.
 
Por outro lado, vejo que os tempos atuais nos obrigam, em certo sentido, a procrastinar, para que possamos apreciar melhor o “andar lento” da existência humana. Então, aqui, o procrastinar parece nos prover de um certo alívio, abandonando o sentimento de culpa e voltando nossos olhos para coisas outrora “invisíveis”: o Sol, o vento balançando os galhos, o voo dos pássaros, o movimento de pessoas nas ruas, uma criança furtiva passando de bicicleta, e por aí vai.
 
Vejam bem que não estou defendendo a procrastinação – que acho até uma doença –, mas dizendo que estava mais do que na hora de vermos um pouco mais do “doce movimento” que a vida tem, em seu compasso natural, ao deixarmos nossos compromissos para um pouco mais tarde!
 
A sugestão literária desta edição é “Robinson Crusoé” (Daniel Defoe). O aristocrático Robinson Crusoé foge da Grã-Bretanha após matar seu amigo. Durante a viagem, uma tempestade atinge sua embarcação. Naufragado e sozinho em uma ilha desconhecida, ele tentará o possível para sobreviver em um lugar inóspito.
 
Boa noite a todos!
 

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