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Diário da Pandemia – 35º dia de confinamento:

Abril 22, 2020
Depois de 34 longos dias, pude sorver meu café no aconchego da panificadora. Que saudades tinha daquele café que considero especial! Pensei até que nunca mais poderia saborear meu café vagarosamente – como ensina a cartilha –, vendo o movimento do lugar. Prazer imensurável que voltou ao seu normal.
 
Já se deram conta de quanto mudou o mundo nos últimos 35 dias? Algumas foram mudanças drásticas; outras, mais amenas. Mas, com certeza, o mundo que antes conhecíamos não é mais o mesmo. Parece até um cenário de “1984” (George Orwell), obra fantástica do inigualável escritor inglês.
 
Vamos relembrar, então. Primeiro, alertaram que não deveríamos mais nos tocar. Perigo mortal! Com isso, “extinguiram” da raça humana o aperto de mãos e o abraço. Junto com essa “medida”, aconselharam-nos a manter uma distância regulamentar de outras pessoas. Em meu caso, não foi algo que tenha abalado muito: nunca fui muito fã da proximidade exagerada.
Depois, disseram que se não lavássemos as mãos por 20 segundos (se eu demorar só 10 ou ainda 30 segundos, estarei fazendo errado?), constantemente, seríamos facilmente contaminados pelo vírus mortal. Aliado a isso, incluíram em nossa rotina o álcool em gel, a ser usado indiscriminadamente.
 
Em terceiro, proibiram-nos de participar de festas e eventos. Disso, tenho muitas saudades das confraternizações com meus amigos. Pior: se pensarmos em um cenário pessimista – de que o fim do Coronavírus está muito distante –, por um longo tempo eventos como futebol estão verdadeiramente “banidos”.
 
A seguir, imputaram-nos o uso de máscaras. Aí, já virou Carnaval! É cada tipo de máscara que se vê por aí. Alguns até parecem que estão usando uma “focinheira”. Minha amiga Suzana prometeu-me uma do Homem-Aranha. Estou esperando.
 
O que virá pela frente? Fácil até imaginar. Penso que a próxima medida de proteção será só podermos sair à rua vestidos com aqueles trajes especiais dos cientistas. Duvidam? Eu não. Aliás, não duvido de quase mais nada.
 
Independente do radicalismo dos novos hábitos, o certo é que precisamos nos proteger. Na verdade, parece que toda precaução ainda é pouco. Portanto, não vale a pena arriscar e “pagar pra ver”. Penso, com isso, que este Diário ainda terá “vida longa”!
 
Boa noite a todos!
 

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