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Diário da Pandemia – 51º dia de confinamento:

Mai 08, 2020
Muitos compromissos me esperavam hoje, entre eles, pagamento de contas, médico e o tradicional café de fim de tarde (do qual não posso abrir mão – recomendações médicas expressas!). No banco, muita fila, mas como sou lépido, passei à frente dos aposentados, que precisavam de ajuda de algum bancário para fazer suas operações. Aliás, no banco, sempre por esses dias, tenho compromisso mensal com o pagamento da pensão alimentícia para minha filha.
 
Hoje, recordei com muito saudosismo de uma viagem muito legal que eu e meu amigo Elton fizemos, lá pelos idos de 2000, ao Litoral catarinense. Viagem tranquila, na qual visitamos vários amigos que residiam por lá na época. Muito mar, cerveja, churrasco e poucas mulheres – naquela época, tal era nossa “inocência” de juventude que mais falávamos do que agíamos...
 
Bons tempos em que existia a pureza e não havia a “bendita” tecnologia dos celulares de hoje. Assim, ficamos 15 dias viajando, com contato esporádico com os parentes via telefone convencional (sim, isso já existiu um dia). Fotos tiradas ainda numa câmara de filme, e a pobreza mútua não permitia termos uma filmadora – luxo para poucos na época.
 
O Elton sempre foi muito espirituoso. Talvez, entre todos os meus parcos amigos verdadeiros (entre os quais incluo seus dois irmãos, Adriano e Vilmar), o mais espirituoso. Sempre brincalhão e nunca tendo “tempo feio” ao seu lado.
 
Pois bem, num determinado dia, ele ligou para casa e falou com sua mãe. As notícias do outro lado não foram boas – não posso dizer aqui o que foi, por respeito à privacidade do meu amigo. Mas, a partir daquele dia, ele mudou um pouco sua vivacidade habitual.
 
Lembro que, já retornando para casa, eu ao volante (naquela época ele ainda não dirigia), e ele no outro banco, ressonando, perguntei se já havia esquecido o problema. Elton demonstrou impaciência (claro que forçada) e me respondeu: “Como vou esquecer, se, de cinco em cinco minutos, você me lembra dele???”. Recordo que ri muito e fingi ficar sentido. Grande figura o meu amigo Elton!
 
Hoje, por força da pandemia, faz um tempo que não nos vemos pessoalmente. Assim, estou em dívida com ele e os irmãos, prometendo bebermos umas geladas tão logo tudo isso passe.
 
Boa noite a todos!
 

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