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Diário da Pandemia – 60º dia de confinamento:

Mai 17, 2020
Hoje, comemoramos data “natalícia”: 60 dias de confinamento em casa. Nesse período (lembro que o Diário foi iniciado no quinto dia da resolução governamental), são 56 textos no total, escritos diariamente, sem falhar um dia. Excluindo a época da Dissertação do Mestrado, nunca havia escrito tanto em tão pouco tempo. Assim, escrevo o Diário de hoje com muita alegria e sentimento de dever cumprido.
 
Bom, ainda hoje, após o almoço (em um restaurante quase vazio, sinal dos novos tempos), fui ao mercado. Lá, poucas pessoas (ainda bem!) fazendo suas compras. Ambiente bem diferente de dias passados, quando relatei o “sufoco” de ir ao mesmo mercado.
 
Vocês já pensaram como está a “cabeça” dos empresários, de um modo geral, com a pandemia? Pois bem, eu conversei rapidamente com o dono do restaurante, que me contou a dificuldade, com a redução drástica de público. Segundo ele, o estabelecimento está com apenas 50% dos clientes. Como ele é religioso, fez uma rápida “pregação” do que a Bíblia fala sobre estes tempos difíceis. Assenti e segui meu caminho.
 
Se, por um lado, nós, cidadãos só de CPF, estamos quase “loucos” com medidas “simples” de usar máscaras, lavar as mãos constantemente (sempre fui muito higiênico, mas não me lembro de nunca ter esterilizado as mãos tanto em tão pouco tempo), evitar aglomerações e manter o isolamento social (talvez o tópico mais triste e difícil de todos), por outro, os cidadãos de CNPJ (empresários) estão também “alucinados” pela queda geral da procura de seus bens e serviços.
 
Como já falei em outra oportunidade, sou um otimista misturado com um pessimista. Assim, fazendo uma análise meio “catastrófica” do momento, acho que, antes de outubro, não teremos mudanças no cenário. Conversando também com um enfermeiro, o mesmo me explicou a inutilidade de usar luvas no momento – ainda bem, pois seria a próxima medida governamental, penso...
 
Uma boa sugestão literária para “comemorar” os 60 dias (que não venham mais 60 assim!): “Vestido de noiva” (Nélson Rodrigues). Na obra, Alaíde, moça rica da sociedade carioca, é atropelada numa das noites do Rio. Jornalistas correm para se informar e publicar em seus jornais o fato, enquanto médicos correm para salvar o corpo inerte da mulher, jogada numa mesa de operação, entre a vida e a morte.
 
Boa noite a todos!
 

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