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Desafios (crônica)

Novembro 21, 2020

Gosto de escrever e dar meus “pitacos”, algo que adquiri ainda nos tempos da licenciatura em Pedagogia, com a saudosa professora Sofia K. Corso. Exigente, cobrava muito, dos seus pupilos, a boa escrita e a comunicação impecáveis.

Quero tratar do tema “os desafios que nos são impostos”. Assim, na manhã de 16 de novembro, fomos vistoriar dois empreendimentos que nos solicitaram licenciamento ambiental. Explico que cabe a este aprendiz a incumbência de emitir as licenças ambientais no âmbito do município de São Miguel do Oeste, sob a supervisão da equipe técnica do Conder Ambiental – órgão do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional.

Pois bem, um deles, envolvendo um cidadão ex-aluno da turma de 1995, da 8ª série da EB Marechal Arthur da Costa e Silva (Bairro Salete), resolveu explorar a atividade de reciclar e revender materiais que descartamos no dia a dia (nome sugestivo: Reciclagem Arcanjo).

Mal sabia o pequeno empreendedor dos desafios a que se submeteu. Primeiramente, de arrumar um “time” bom de pessoas que o auxiliasse nas tarefas de catar e conduzir esses materiais para a seleção, prensagem e posterior destino (são cerca de dez ou 12 pessoas, todas humildes). Então, ele alugou um barracão nas esquinas da Rua Itaberaba com a Avenida Salgado Filho, no centro, pois isso facilita a chegada dos carrinhos lotados de materiais dos mais diversos.

Olha daqui, olha de lá, conversa de cá e acolá, até chegarmos aos vizinhos do empreendimento, todos nervosos, quase com dedo em riste, cobrando-nos uma posição: retirar o empreendimento da frente de suas casas. Também não é pra menos, pois quem gostaria de ter um monte de “lixo” enfeitando a testada dos seus lotes? A resposta foi como a minha: ninguém.

Confidenciaram que um abaixo-assinado foi elaborado, com mais de 2.000 assinaturas, para pôr fim ao empreendimento, porém o Ministério Público, vendo o caráter social e ambiental, manteve o empreendimento funcionando, ao que solicitou as devidas regularizações, motivo pelo qual lá estávamos.

Imaginando o fim do empreendimento, as mais de dez famílias beneficiadas com os dividendos parcos auferidos com a comercialização, talvez sem atividades a desempenhar, delinquissem e, por conseguinte, teriam de ser cerceados em suas liberdades. Mas trancafiá-los em um presídio não seria a solução, pois teríamos de construir um diante de algumas residências, e isso não seria bem visto, pois tornaria o local “perigoso”, o que desvalorizaria sobremaneira os empreendimentos lindeiros, e assim por diante.

É lógico que somos a favor de que o empreendimento atenda aos preceitos previstos na norma legal, porém trago aqui duas reflexões: a primeira, o desafio de empreender. O segundo, e mais importante, o desafio de convivermos em sociedade, olhar o outro, entendê-lo; compreender as necessidades criadas por nós mesmos, na ânsia de sermos urbanos; de usufruirmos dos benefícios de um centro urbanizado, com o conforto que ele nos proporciona, bem como os problemas decorrentes da aglomeração de pessoas.

O final da história, contarei em um texto futuro. Espero que tenham gostado dessas pequenas reflexões sobre os desafios que enfrentamos no dia a dia...

* texto de autoria de Valmor Adão Povala, funcionário público municipal em São Miguel do Oeste (SC)

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