Democracia... Do povo para o povo! Qual democracia? A democracia da América do Norte? Que pode fazer de tudo para os outros? Até invadir os outros países?

A democracia dos meios de comunicação? Gosto e defendo a democracia dos governos que vendem o patrimônio público e dizem que os “perigosos são os que vêm de baixo da sociedade”?

Defendo a democracia em que todos aceitem o meu candidato ou quem não é do meu partido político; é da “oposição”, é da esquerda ou de direita? Democracia em que os diferentes são chamados de comunistas e outras denominações mais... Uns “democratas” que não aceitam os diferentes podem ser chamados para viverem numa democracia em que “todos são iguais perante a lei...”.

Lembro-me de uma frase (de não sei quem) que diz “[...] quando o ecossistema interior da pessoa não está bem, ela não se preocupa com o meio em que vive [...]”. Isso me faz pensar um pouco.

Qual democracia que vivo em minha casa, com meus familiares? Na minha família, sou tirano ou vivencio o que discurso? É ali, na família, que nasce o alicerce da democracia. E qual que eu defendo e vivo no meu ambiente escolar, no meu trabalho?

Qual democracia eu defendo? Aquela das palavras lindas e bem articuladas que estão nos textos dos ditos “intelectuais”? As lições são lindas e ensinadas... Logo em seguida, esquecidas.

Quem é civilizado? O que é ser civilizado nos dias atuais? Querem seus direitos! Querem ser respeitados na sociedade onde vivem! Como?

Defendo a democracia dos chefes do narcotráfico? Defendo a democracia ateniense, em que uma horda sem tamanho de escravos e servos sustentavam os senadores, que pregavam a liberdade e diziam que todos são iguais? A democracia era organizada por um corpo de cidadãos, mesmo que não havia votos, eleição. E hoje, mesmo com eleições, essa democracia continua atual.

Enfim, palavra linda que expressa algo complicado para se viver numa cultura de intolerância...

* texto de autoria de Elino da Silva, escritor e professor aposentado do Estado de Santa Catarina