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Aulas on-line (crônica)

Dezembro 13, 2020

Em janeiro de 2019, só havia alguns boatos sobre o Coronavírus aqui em Xanxerê. A maioria de nós achava que o vírus nem passaria pelo Brasil e, se passasse, seria bem mais fraco do que como estava lá na China. Então, nem imaginávamos que poderíamos ter aulas on-line ou ficar tanto tempo longe da escola presencial.

Começaram as aulas, mas não estávamos muito preocupados com o Coronavírus, pois havia poucos casos no Brasil. Já era março e vinha a possibilidade de ficarmos uns dias ou alguns meses em casa, porém não muita coisa. Um professor disse que teríamos mais umas semanas de aula presencial e logo iríamos para as aulas on-line.

Uma semana depois – a propósito, estávamos cheios de provas –, começamos a usar álcool em gel, mas não passávamos muito, porque não havia nenhum caso em Xanxerê. Isso era na segunda-feira, e, já na quarta-feira, a diretora do colégio informou que só precisava ir quem queria; então, quase ninguém foi. Acabamos liberados e fomos para casa, pois não teria mais aula presencial por alguns dias.

Todas as escolas fizeram o mesmo. Assim, nos primeiros dias, não tivemos aulas on-line, pois não era uma coisa que duraria muito tempo. O colégio mandou apenas algumas atividades; mas quando se percebeu que duraria mais tempo, começaram as aulas on-line. Desse dia em diante, os alunos – e ainda mais os professores – tiveram de se reinventar, principalmente aqueles que não mexiam muito no computador, no Word, no Power Point, etc.

Os professores foram se dedicando, criando slides, trabalhos todo dia, para fazer com que entendêssemos melhor o conteúdo; criando novos programas nas aulas on-line, tornando a aula mais ativa, alegre e diferente da aula presencial; pedindo para os alunos falarem. Quando surgia a possibilidade de voltarmos em algum mês, ficávamos ansiosos, esperando o dia, e aí vinha a notícia de que não retornaríamos. E o que era para durar alguns dias ou poucos meses, acabou durando quase o ano inteiro.

Os casos se agravaram, e vimos que as coisas eram realmente sérias. A aula do colégio não voltou; apenas a de alguns cursinhos, e, por um tempo, retornaram alguns esportes, mas, apesar de todas as coisas que aconteceram, também houve coisas divertidas e engraçadas: professores e alunos cantando na aula on-line, falando com o microfone desligado, contando umas histórias.

Temos de levar este ano como aprendizado, agradecer pelas coisas boas que vieram nestes tempos e sempre ver o lado bom de tudo.

* texto de autoria de Alexandre Zaffari Fernandes, estudante de Xanxerê (SC)

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