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Alguns sentimentos e o caos (crônica)

Agosto 01, 2021

Quem diria que, por uma desventura do destino, estaria escrevendo aqui novamente. Dentre as distintas desventuras por que passei recentemente, listo meu coração partido, que, confesso, ainda está sentindo a dor do desamparo. Creio que um coração partido há de se curar – às vezes, com uma demora que parece durar uma eternidade; ou, outras vezes, com uma estranha e rápida sensação de alívio, que invade seu peito como se fosse uma ventania em uma janela.

O amor, como muito já dito, é um sentimento um tanto quanto confuso e confortante. Já que ele é extremamente intenso, faz você perder o foco em muitas coisas e te faz até crer piamente em um mundo melhor. Mas o amor, infelizmente, é frágil, pois uma palavra “mal dita”, uma atitude mal interpretada, te levam a sentir inseguranças, que tão facilmente também te fazem ficar com um “pé atrás” em relação a ele.

Poderia escrever vários e vários parágrafos falando do amor e explicando, com amargura, seus contras. Até comentando, esperançosa, os seus prós; porém, cansei de melodrama – por incrível que possa aparecer...

Ok, mas vou escrever sobre o quê? Sobre outro sentimento? Como a raiva?

Então... A raiva é uma coisa que não consegue ser escondida, já que ela, em sua horrível e pura forma, é quase tão intensa quanto o amor. A raiva, afinal, é a junção de perversas emoções, tais como a inveja, a tristeza, a frustração e muitas outras. Mas também é composta pela sede de justiça – uma justiça que só pode ser suprida pela luta (não exatamente guerra, mas uma luta moral, em que se usa a raiva para tentar fazer o bem e amenizar o caos).

Ainda, a raiva desencadeia apenas mais raiva, que vai se passando e se espalhando como um vírus. Ela chega em nome da justiça, e sai como injusta. Um momento de raiva, então, motiva-nos a tomar escolhas que, em consciência plena, jamais tomaríamos. Ela faz suas vontades mais erradas e egoístas se tornarem certas (no momento de surto) e nos causa consequências que serão lembradas por um tempo (quase) interminável.

Lidar com a raiva, portanto, é como lidar com um trem que precisa ser parado, porém o maquinista não está na cabine e, mesmo se estivesse, ele não estaria em seu pleno juízo. Aos poucos, esse trem para, mas em um local totalmente equivocado. Assim como nós que, em algumas discussões, falamos coisas e agimos totalmente fora do limite, causando, com isso, mágoa em quem estava discutindo conosco.

Conseguir se redimir sobre o que foi dito nesse momento é como colar um copo quebrado: ele jamais se tornará o mesmo e ficará marcado para sempre com rachaduras. O mesmo ocorre com as pessoas, mas, no lugar das rachaduras, ficam resquícios de mágoa – uma mágoa que não será esquecida com facilidade e ficará na mente da pessoa, “rondando”, até que, em algum dia, isso seja menos intenso e se torne quase insignificante.

* texto de autoria de Leticia A. Ravarena, estudante que reside em Vargeão (SC)

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