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Diário da Pandemia – 148º dia de confinamento:

Agosto 13, 2020
Quinta-feira com “cara” de segunda. Manhã muito preguiçosa, com garoa fina “chamando” para dormir mais tempo. Compromisso médico à tarde (com gratas boas notícias sobre um aspecto de saúde que me preocupava) e agora, ao som de “nada” (ainda não acionei a Antena 1), redijo o Diário de hoje. Projeto para amanhã: não fazer absolutamente nada, frustrado que fiquei com um pequeno estresse “escolar”.
 
Refleti, enquanto estava à espera do atendimento no consultório médico, sobre a “chatice do mundo virtual”. Antes que alguém “atire a primeira pedra”, permita-me explicar o que quero dizer com isso...
 
Em 23 de março, como já é sabido por todos, fomos nós, professores, afastados das atividades presenciais de sala de aula. A partir daí, muito mudou o mundo e sua configuração, principalmente em termos de relacionamentos interpessoais.
 
Assim, efetivamente da “noite para o dia”, vimo-nos obrigados a participar de intermináveis “encontros virtuais”, muitas vezes em horários inusitados (para não falar despropositados).
 
Parece que, também a partir daí, tudo se resolve neste dito “mundo virtual”, chato pra caramba! Sim, pois, com ele, nossa privacidade ficou “à deriva”: qualquer horário, já que você não “precisa” se deslocar a algum lugar, é propício para alguém lhe chamar e exigir algo. Então, até não existe mais sábado e domingo; afinal, estando você no conforto de seu lar, a qualquer momento você deve estar disponível para atender ao “pedido” do outro, mesmo que ele esteja invadindo seu momento de merecido repouso. Por acaso, viramos “máquinas de autoatendimento bancário”???
 
Questiono, com isso, o chamado “full time”, o estar 24 horas interligado a algo, compulsoriamente, por fazer parte das “atribuições” de sua profissão. Antes da nefasta pandemia, cumpríamos nossas obrigações dentro dos nossos horários e tudo estava bem. Agora, a ideia de horário não existe mais: você está “de boa”, em casa, como não pode fazer mais esta tarefa? Assim alguns questionam... E eu questiono a sua exigência, sempre questionarei.
 
Reflexão de tudo: concordo em ser profissional, em “suar a camisa”, mas não compartilho com a ideia de ser uma “máquina” insensível a dores, estresse, dúvidas, angústias e, acima de tudo, sem respeito a sua necessidade de descansar. Desculpem o Diário do desabafo de hoje...
 
Boa noite!
 

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