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Diário da Pandemia – 160º dia de confinamento:

Agosto 25, 2020
Hoje, o dia foi um tanto quanto desgastante. Preparei atividades para duas turmas (como é meu compromisso habitual das terças), porém não consegui ministrar as aulas on-line por conta de uma inesperada afonia. A garganta resolveu dar sinais de cansaço, acredito que devido ao descuido com a frente fria dos últimos dias. Espero que, amanhã, possa estar melhor, pois mais três turmas me aguardam...
 
Tenho pensado muito, desde o início da pandemia e do consequente confinamento, sobre como as pessoas estão ocupando seu tempo útil nesta nova configuração de suas vidas.
 
Isso me conduz ao assunto que será tratado hoje: os chamados “zumbis virtuais”. Bem, a palavra zumbi, recuperando sua acepção, significa “alma que vagueia a horas mortas”. Todo mundo que assiste a um pouco de TV já deve ter acompanhado a algum filme ou série em que os zumbis são personagens principais – geralmente, eles têm a aparência de mortos-vivos, com os corpos desfigurados (quase cadavéricos) e deslocando-se vagarosamente, sem rumo certo. Sobre a palavra “virtual”, acredito que não sejam necessárias maiores explicações.
 
Assim, os ditos zumbis virtuais são aquelas pessoas – de diferentes idades, não apenas os adolescentes – que vagam, diuturnamente, pelo mundo virtual representado pela Internet e seus “zilhões” de possibilidades.
 
Diferente do sujeito que utiliza a grande rede para algo útil – trabalho, estudo ou para obter alguma informação importante –, o zumbi virtual fica nela a esmo, sem uma direção certa, hipnotizado por sites ou programas geralmente inúteis.
 
Mas como reconhecê-lo, então? Bom, ele costuma estar com o “olhar vidrado” numa tela, seja de celular ou de computador, totalmente alheio ao que acontece ao seu redor. Nada distrai sua atenção, que está toda voltada para a contemplação de algo “superior”. E é possível recuperá-lo? Acredito que sim, mas isso depende de um grande esforço por parte de algum familiar, trazendo o zumbi de “volta à vida” e, principalmente, conseguindo convencê-lo do mal que faz estar constantemente conectado ao virtual e desconectado da vida real.
 
Creio que todo mundo conhece esse “doente virtual” (para amenizar um pouco). Assim, precisamos fazer nosso papel de afastar essas pessoas desse perigo, enquanto ainda é tempo...
 
Boa noite!
 

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