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Diário da Pandemia – 163º dia de confinamento:

Agosto 28, 2020
Sem dor de cabeça, o dia se torna bem diferente, verdadeiramente legal. A sexta foi de bastante Sol e temperatura elevada, mais parecendo um Verão fora de época. Fiz rápida escapulida ao shopping (fazia um bom tempo que eu não ia lá), para um bom café e adquirir uma bermuda nova.
 
Voltemos ao “túnel do tempo”, pois, como diz o poeta, “recordar é viver”. Quero relembrar com vocês um pouco da boa época em que tive um cachorro como animal de estimação, lá pelos meus seis ou sete anos de idade.
 
Seu nome era Dógui (não lembro direito o porquê, mas deve ser devido ao fato da pronúncia, pois “dog” é cachorro em inglês), um cão vira-latas muito dócil e simpático. Extremamente companheiro, vivíamos bastantes aventuras juntos. Ele ficava solto no amplo quintal de casa, porém, como era muito dócil, não servia como cão de guarda.
 
Lembro que eu e o Dógui saíamos muito para passear, por toda a pequena São Miguel da época. Ele não atacava ninguém; ao contrário, sempre fazia novas amizades, principalmente com outras crianças. Não lembro nunca de tê-lo visto latindo ferozmente para alguém.
 
Um belo dia, resolvemos ir passear mais longe, um pouco adiante da rodoviária, em direção ao trevo principal da cidade. Eu ia feliz, com o Dógui também contente ao meu lado, ambos andando no acostamento da pista.
 
Em um determinado momento, algo (não lembro se foi um gato ou outro bicho) chamou a atenção do Dógui, e ele correu rapidamente à minha frente. Sem perceber o perigo, ele acabou entrando na pista, e, repentinamente, um carro surgiu à sua frente e o atropelou...
 
O Dógui, infelizmente, teve uma morte rápida, praticamente indolor, pois não ouvi nenhum latido de dor. Eu, ao contrário, caí em lágrimas vendo meu cãozinho estirado sem vida no asfalto. Foi a única vez na vida em que chorei compulsivamente por um bichinho.
 
Depois do Dógui, tivemos outros cachorros (minha família nunca foi fã de gatos ou outros bichos), mas nenhum eu considerei tão meu quanto ele. Até por um bom tempo, não quis saber de outros bichos de estimação. Hoje, não sei o porquê, relembrei do saudoso Dógui...
 
Boa noite!
 

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