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Diário da Pandemia – 197º dia de confinamento:

Outubro 01, 2020
Não parece verdade, mas hoje foi bem mais quente do que ontem. Menos mal que o Fla devolveu a goleada ao Independiente Dell Valle (porém, “sem juros”), na noite de ontem, o que tornou o dia de hoje mais alegre – sim, por incrível que pareça, meu dia fica muito melhor com vitória do meu time do coração. Compromisso do dia: levar o carro à F 2 Centro Automotivo, para pintar as rodas e fazer as manutenções de rotina nos pneus (balanceamento, geometria e rodízio). Na padaria, tamanho o calor, tive coragem de apenas tomar um suco de laranja.
 
Faz cerca de uns 30 anos que estou à procura dele. Cada vez que me aproximo um pouco, ele se distancia mais. Fica bem claro que não me quer contente pela sua conquista; ao contrário, parece que abomina minha felicidade ao desejar fazê-lo se curvar a mim.
 
Antes que meus leitores pensem bobagens sobre mim, esclareço o que me angustia. Estou, há muito tempo, “à procura do texto perfeito”, aquele que faria qualquer um suspirar tamanha a sua genialidade.
 
Mas o texto perfeito existe, caro professor? Sim, existe, entretanto parece cada vez mais distante, cada vez mais difícil. Esse texto, perfeito em tudo (coerência e gramática, além de provocar um “oh” dos seus leitores ao apreciá-lo), é minha frustração. Caso fosse um Verissimo, já o teria escrito há “séculos”, agora me ocupando com outras disposições.
 
Critico como sou de tudo que escrevo, tenho – sinto isso – cada vez mais ânsia por produzi-lo. Sinto que, às vezes, estou bem próximo de realizá-lo, mas, “puf”, do nada, ele me escapa... Por acaso um pintor de telas não busca também tal realização? Não pretende, um dia, alcançar a pintura perfeita?
 
Enquanto ele não chega, vou produzindo meus textos medianos, sempre à prova e avaliação dos meus leitores. Mas um dia, um dia, vou alcançá-lo definitivamente. Aí, vou espalhar para os quatro cantos do mundo: escrevi, finalmente, o texto perfeito! Ei-lo aqui!
 
Sugestão de leitura do dia: “No seu olhar” (Nicholas Sparks). O autor conta a história de Colin e Maria, duas pessoas totalmente diferentes que se encontram por acaso. Fugindo do romance “água com açúcar”, bem característico de Sparks, há uma trama mais madura e focada nos personagens.
 
Boa noite!

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