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Diário da Pandemia – 237º dia de confinamento:

Novembro 10, 2020

A chuva, tão prometida pela meteorologia, foi embora... Ontem, choveu fracamente, e hoje, “niente” – “nada”, diria um bom italiano. Assim, infelizmente, continua preocupante a questão do abastecimento de água, tanto na cidade quanto no interior. Querem notícia boa? Pois, então, o Rogério Ceni, promissor técnico brasileiro, foi contratado pelo Mengão. Desejamos, eu e os mais de 40 milhões de flamenguistas Brasil afora, muito sucesso neste novo desafio do Ceni!

Como estamos na “reta final” da campanha política municipal, com a eleição marcada para o próximo domingo (15), quero tratar de um tema propício à data: os “santinhos políticos”. Devo ter recebido mais de 100 deles nos últimos dias, todos procurando me convencer a votar em seus candidatos.

A denominação “santinho” surgiu a partir de uma prática relacionada à Igreja Católica. Por ela, antigamente, os padres distribuíam pequenos papéis com imagens coloridas de santos, que eram chamados, na época, de "Santinho". Da religião, os santinhos migraram para a política partidária, onde constituem uma propaganda impressa, com informações como o nome do candidato e seu número, além de frases de efeito.

O próprio candidato costuma entregá-los a seus possíveis eleitores. Os “sobejantes”, numa prática – no mínimo – inadequada do passado, eram jogados (literalmente) nas ruas, poluindo as já maltratadas vias públicas. Esperamos que isso não ocorra na eleição atual, senhores candidatos, pelo bem de toda a comunidade!

Inclusive, no Senado, está tramitando um projeto de lei para tornar obrigatória a produção de santinhos em materiais biodegradáveis, o que é uma ótima ideia. Além disso, dias atrás, soube de um candidato (acho que do Paraná), em que os seus santinhos vêm acompanhados com sementes para plantar. Parabéns também a essa iniciativa!

Vamos ler mais de uma grande autora nacional: “Laços de família” (Clarice Lispector). Reunindo 13 contos, essa coletânea traz obras-primas da narrativa curta brasileira. Neles, a autora aborda a solidão, a morte, a incomunicabilidade e os abismos da existência (através da rotina de uma dona de casa); o mergulho fatídico em uma festa familiar (nos 89 anos da matriarca); a domesticação da natureza selvagem das mulheres; e os crimes contra a consciência.

Boa noite!

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