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Diário da Pandemia – 388º, 389º e 390º dias de confinamento:

Abril 12, 2021

Sábado e domingo de muito relaxamento. Para sair da rotina e da monotonia de dias repetitivos, resolvi viajar um pouco. Assim, pude mesclar passeios com descanso, quase na mesma proporção. Hoje, no retorno para casa, um trânsito verdadeiramente “infernal”. Agora, já na guarida do meu apartamento, uma preguiça descomunal se abateu sobre mim; acho que motivada por dias diferenciados, de estar fora do lugar comum. Amanhã, “solenemente”, retorno às atividades da escola – espero que com a preguiça devidamente eliminada...

Em nossa vida, convivemos com diferentes ideias, argumentos, raciocínios. Com isso, ora concordamos com o que ouvimos/lemos, ora discordamos. E, por isso, penso que a vida é feita de constantes “convergências e divergências”.

A convergência é, por si só, pacífica. Afinal, é salutar que as ideias de diferentes pessoas estejam em convergência para um ponto comum; eliminam-se dissabores, atritos desnecessários, discussões infrutíferas. Podemos, então, dizer que a convergência é benéfica. Ponto pacífico – gosto dessas palavras.

Por outro lado, a divergência é guerra. Ferrenhamente, contrários a um ponto de vista divergente do nosso, procuramos atacá-lo impiedosamente, minar-lhe as forças, fazê-lo sucumbir à nossa razão. Divergir causa, portanto, dores de cabeça, incômodos. Por vezes necessários; por vezes, desnecessários.

Imaginemos, assim, que uma sociedade ideal é aquela em que todas as ideias convergem, espontaneamente e sempre, para pontos em comum. Todos concordam (isso é apenas um exercício de suposição) que: a cor mais bonita é o amarelo, o corte de cabelo é o curto, o carro é o da marca “x”, o partido político é o “z”, e assim por diante, indefinidamente.

Seria, para não falar em estupidez, uma utopia total. Não é possível. Porque, afinal de contas, o que nos faz avançar (não gosto das palavras “amadurecer” e “progresso”) é poder convergir e divergir, em medidas salutares. Ora, pois bem, sua ideia é a mais completa – convirjamos a ela, então; ora, ela está confusa – divirjamos, então, para melhorá-la, aperfeiçoá-la, lapidá-la...

Penso que viveríamos em uma sociedade mais sadia caso soubéssemos convergir e divergir com racionalidade, defendendo nosso argumento, mas também respeitando o raciocínio diferente ao nosso. Não nos guiando, enfim, por um pretenso “certo”.

Boa noite!

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