Textos para diversão e reflexão! Blog em que você vai acompanhar a minha rotina desde o início da quarentena da pandemia do Coronavírus (Covid 19).
Diário da Pandemia – 58º dia de confinamento:
Mai 15, 2020
Hoje, precisei ir a um centro automotivo, para balanceamento, geometria e rodízio dos pneus do carro. Serviço pronto, dirigi-me ao auto, para ir embora, e qual não foi minha surpresa? Havia, no painel, um chocolate, acompanhado de um cartão, agradecendo a mim por ter confiado na empresa para realizar o serviço. A partir desse pequeno e praticamente insignificante gesto, surgiu o tema que vou abordar hoje.
Pois bem, classifico o fato acima como uma “pequena gentileza”. Mas o que é isso? Vou começar explicando o que considero demonstrações de educação, como dizer “bom dia”, “obrigado” e “por favor” – isso não são pequenas gentilezas.
As pequenas gentilezas estão numa categoria superior, pois transcendem o fato de sermos bem-educados ou não. Assim, por exemplo, estão em algo custar 5,75 reais, e o sujeito vendedor fazer por 5,00 – aí está a prova de uma pequena gentileza.
Então, o gesto do centro automotivo também se enquadra nessa categoria. Vejam bem: não estou dizendo que o vendedor ou prestador do serviço deve sempre arcar com o “prejuízo”, mas sim que não custa muito ele fazer um agrado para o comprador. Nessas situações, por menor que tenha sido o desconto que ganhei, costumo voltar ao local para consumir lá novamente.
Também ocorre o contrário. Tem um outro local, do qual sou freguês por necessidade, que o sujeito “gosta” de arredondar para “cima”. Ou seja, os 5,75 viram 6,00. Está errado? Não totalmente, mas o que custaria ele fazer uma pequena gentileza?
Nós, professores, continuamente estamos praticando essas pequenas gentilezas com nossos alunos. Costumeiramente, arredondo as notas para cima, tentando reconhecer o esforço do aluno em fazer determinada atividade ou trabalho. Não me lembro de, em minha extensa carreira profissional, ter feito arredondamentos para “menos”. Então, comecemos a praticar mais as pequenas gentilezas. Para quem faz, representa pouco, mas para quem recebe, significa muito. Tenham certeza disso.
Minha sugestão literária de hoje é “O moleque Ricardo” (José Linz do Rego). Da corrente regionalista, a obra, publicada em 1935, é o primeiro romance em terceira pessoa do autor. Assim, o livro narra a história de um jovem negro que, ao fugir de trem do engenho, encontra na cidade uma nova realidade.
Boa noite a todos!